21 de agosto de 2009

Sul (cont.)

Fui ao Sul. Fui ao Sul para encontrar, para me encontrar porque perdida, em tempos, me parecia estar. Perdida numa selva alegórica cujas criaturas, minhas conhecidas por apresentar e descobrir, por explorar e desafiar, em mim habitavam. A mim me habituavam a viver numa loucura insana, sem sentido e direccionada. Fui ao Sul para sentir o vento na cara a falar-me ao ouvido e nada ouvir. Para descobrir o que sabia sem sequer o saber. Que o contraste do azul céu com o creme seco palha faz nascer papoilas no ninho das cegonhas. Mas no sul nada encontrei nem me encontrei e segui. Segui os pontos cardeais Sul acima para em todos eles me picar na sua ponta aguçada, afiada, que me desfiava sem sentir ou mentir, a mim. Meti-me Sul a dentro para não soluçar o compasso das horas e apenas dançar no imaginário da ficção, protegida a vidro arco-íris. No Sul permaneci, embalada no bolero baloiçante dos rolos de palha plantada na planície geométrica azeitona.

5 comentários:

Marisa disse...

"Fui ao Sul".. e.."No Sul permaneci.."!!!!

Sem saber nada de ti.. Continua a tua "viagem"... E por que ainda és a tua vida, só te "encontrarás" se o teu coração fôr o "centro geodésico" da "rosa-dos-rumos"...

Boa "viagem"...

CarMG disse...

A "rosa-dos-rumos" ruma em várias direcções e eu rumo para onde o fio de prumo me deixa mais recta, vertical, direita e directa. Rumo sempre para encontrar o equilíbrio, mesmo que o "centro geodésico" esteja deslocado!
Tento :)

Marisa disse...

Pensando melhor és capaz de ter uma certa razão...
O "centro geodésico" humano deve estar, permanentemente, a querer "saltitar/deslocar" entre o racional e o emotivo. O encontro dos dois é impossível, ou quase...
Tenta que o "teu fio de prumo" te leve sempre àquilo que és...

Boa "viagem"...

CarMG disse...

Igualmente :)

marisa disse...

"DARN"!!!