Criaturas.
Fantasmagóricas. Alteradas.
Assustadoras. Feias.
Decrépitas. Bonecos de fazer sorrir transformados em personagens de filmes de terror. A Branca de Neve,
púdica, engasgada com a maça da bruxa má, no chão, despojada de vida mas não de pudor. Coelhos grávidos que não correm atrás de
Alices, mas que fazem outros, infelizes. Massacrados. O lobo que não come o Capuchinho Vermelho, antes, é comido, devorado. Histórias ao contrário. Antónimos dos contos. Do avessos. Macacos simpáticos de circo, a rastejar, feridos, pelo chão.
Ensanguentados.
Estripados.
Incestos duvidosos. Ares
angelicais a par com a fealdade do ser, mais interna ou exposta. Ali. Figuras do imaginário infantil transpostas para os adjectivos adultos. Recalcamentos alheios em telas. Gigantes. A ferocidade dos sentimentos. Dos actos. Das posições. A mulher cão que protege, o quê? De quem? A atracção. A
vampirização. O crocodilo sodomita. As avestruzes bailarinas. O preto cruel com o rosa cetim inocente. A
contemporaneidade das mãos. Protectoras. Exibicionistas. As sombras em contraste com a luz. A tinta da china com o pastel. O preto e branco com a cor. Os recortes com as gravuras. A ilustração de uma história viva com vida, provavelmente vivida e contada entre cada moldura. Recta. Não a estética. Não. Antes os labirintos da mente sem limites. Do brilhantismo da criação sinuosa dos sonhos e a sua transposição para o real. Frio. Cruel. Um conto, foi o que li.
2 comentários:
Já há algum tempo que tenho vindo a acompanhar o teu blog. Penso que tempo suficiente para te dar a minha opinião... Constata-se que tens uma cultura geral muito boa, escreves de uma forma que cativa as pessoas ( se bem que nem sempre seja muito acessível ao "comum dos mortais"), para não falar do jeito para a fotografia.
Parabéns. Para mim está óptimo.
Beijinhos
IsaCruz
Glup...
Obrigada pelo comentário. Admito que só não corei mais porque o estou a ler sozinha.
Agradeço todas as visitas feitas, bem como os elogios.
Fico feliz por saber que o que escrevo cativa as pessoas (mesmo que não seja o comum dos mortais que, neste caso, eu sei que não o é).
Para mim tem sido uma descoberta. Penso que ainda mais do que para os outros.
Beijinhos :)
E... vá passando!
Enviar um comentário