8 de outubro de 2009

Ihr Parfüm

Como uma brisa. Em movimento. A trinta e três rotações, como os discos, que giram, como a brisa, que move e risca a paus de giz o ar, como um caminho. Como o caminho, a seguir. A perseguir. A ser perseguido. Pela brisa. Daquelas de final de dia nas tardes de Verão. Suave. Subtil. Silenciosa. Insuspeita. Mas atenta, na sua rota centrífuga. Em que o centro não permite mais a fuga. Como uma dessas brisas quentes transportadas dos países tropicais onde tudo vibra em uníssono: o calor a música o suor os corpos o sal a sede o desejo a vontade. Como tantas outras brisas, sopradas das nuvens despertas, que libertas da sua vontade, as oferecem aos outros, que cheiram e sentem, que inspiram e recordam, que expiram mas guardam o seu cheiro, cheio. Apenas uma brisa, primária, naquele compasso em que o olhar passa e se cruza, no sentido em que a brisa será sentida, com o sentido de ser soletrada, notada e relembrada. A brisa. Presente. Acutila o olfacto e trás de novo o aroma de volta. Que fica.

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