19 de outubro de 2009

Dominante

É a noite. Em todo o seu tamanho. Em toda a sua imensidão. Escura. Negra. Profunda. Difusa. Aglutinadora. Domadora de sentidos. Tidos como fechados. Na de Pandora. Na caixa. Fechada. Que à noite se abre com o uivo dos lobisomens.
É à noite. Que as prisões e repressões se expõem no negro da luz. No escuro do dia. No breu sem céu. Só horizonte. Longe. E saem livres e impunes. Irreconhecíveis na sua inexistência. Que as sombras curvilíneas se movem e mexem e dançam e sentem. Escondidas.
É na noite. Que os corpos duplicam. E o sal se mistura. Pura. Mente. Na noite ardente. Que o desejo perpetua. Arde. Sente. E a vontade galopa. Livre. Crente.
Só a noite. Amante. Dá vida. Dominante.

2 comentários:

Lina disse...

Os domínios atormentam-te o espírito? O corpo? A mente?
Dominam todo o teu pensamento?
Acorrentam-te? Aproximam-te, afastam-te?

CarMG disse...

Os domínios no seu acto de dominação dominam o dominado cuja fuga dominante é a denominação do que não é para ser denominado.