24 de junho de 2009

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D - (...) se os vícios de uns tornam as virtudes perigosas para outros, não será prestar um serviço à juventude asfixiá-las neles logo ao nascer? Vens tu falar-me de remorso, meu amigo? Poderá existir remorso na alma daquele que em nada reconhece crime? Que os vossos princípios o sufoquem se lhe temeis o aguilhão: será possível acabardes por arrepender-vos de uma acção de cuja indiferença estejais profundamente compenetrado? A partir do momento em que não vejais mal em coisa alguma, de que mal é que podereis arrepender-vos?
C - Não é do espírito que vêm os remorsos, eles são produto apenas do coração, e jamais os sofismas da cabeça extinguiram os movimentos da alma.
D - Mas o coração engana, por nunca ser mais que a expressão dos falsos cálculos do espírito (...)
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Marquês de Sade
in
A Filosofia na Alcova, pg 215

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