Quero-te
nu. Sim,
nu.
Nu! Tal como vieste ao mundo.
Nu. Tal como sempre te imaginei:
nu. Deixa a camisa, o cinto, o relógio, os
boxers, as calças, as meias, o casaco. Deixa tudo e despe-te. Descobre-te como na forma primordial.
Nu. Para eu te descobrir, o tal. Fica a roupa na pele, mas sai o cheiro. Esfrega-o com limão para ficar neutro. Empurra-o com a mão para que evapore. Bebe-o para que não se perca e se transforme.
Nu de histórias e contos,
pespontos mal alinhavados, desalinhados que nas pontas ficaram soltos.
Nu de querer e sentir. No fundo, de fugir.
Nu de vícios e virtudes, das vicissitudes e amarguras. Das agruras e da vida. Desnuda-te e fica estéril. Sem cor. Dor. Ou odor. Asséptico de hermético. Azul do sabão. Limpo de exaustão. E assim, sem nada saber, querer ou contar, recomeça. Do vácuo. De frente, para que te veja, porque te quero ler.
6 comentários:
Olá... mais 1 vez, ouso e por isso te peço desculpa: gostei do q escreveste... O recomeço é aquilo q verdadeiramente conseguimos aprender p nos renovarmos e deixarmos o passado p trás (gosto de clichés em parte pq n tenho capacidade p +). O passado, às vezes, é 1 monstro!
Luís, o secretário... :)
O passado é um monstro se, ao olharmos para ele, para trás, apenas conseguirmos ver o mal que causou e a dor que deixou. Se espreitarmos e concluirmos que mudámos, que um lado positivo também existe - e existe - talvez não seja um monstro, mas quiçá... um sapo, com toda a metamorfose que lhe associamos!
muito poético e original, gostei :)
Obrigada, Claudia!
E obrigada também pela visita!
Mil desculpas por só responder agora... imperdoável...
Eu ja sabia que vinha para tras no tempo para me perder noutros contos... Tambem quero sentir alguem nu! Es fantastica CarMG!
Wow! Isso é para ver se me envergonhas em frente a um computador? lol
É na forma primordial que devemos conhecer as pessoas, nuas de histórias e passados. Nuas de comentários e adjectivos. Paredes brancas para que nelas possamos escrever e... ler... lê-las... olhos nos olhos.
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