9 de novembro de 2009

... desesperadamente

É sempre assim que vocês chegam. Passinhos de lã. Calados pela calada. De preferência pela madrugada. Assustada. É como eu sempre fico. Sempre…
De início, oiço-vos à distância. Um murmúrio. Uma brisa cantada. Um sussurro. E eu... assustada. Não consigo desligar. Não vos consigo calar. E o volume aumenta. Tal como a tensão. E a exaustão…
Voz após voz e eu tremo. Não domino mais as pernas que vibram. As mãos que suam. O peito que derrete. Dormente. Noite após noite o ritual. A sensação sem igual…
As vozes multiplicam e ganham vida. Mais de mil. À minha volta. E falam e gritam e cantam e berram e alteram cada sinopse da minha cabeça. A vil incerteza…
Não sei quando ficam ou não. Quantos são. Quando vão. O tempo diluído em relógios na mão de Dalí. E eu aqui. No escuro. No canto. No chão… desesperadamente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Assim são eles..Os pensamentos, que nos invadem. Os momentos, as saudades, em pézinhos de lã..tão de leve, que quando bate, bate com força.

Gosto sempre de vir aqui*

CarMG disse...

e é sempre o que não é palpável que é mais difícil de dominar.

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