6 de abril de 2010

O cheiro do toque com o olhar

Pausa. Play-play. A double click. Assim mesmo. Hoje, é assim que vai ser. Um play dividido pela metade. Imagens a 256 bits a escorregar pela tela que é a minha vista. Quero tempo para ver tudo com atenção. Quero tempo para observar o mundo. Devoção. Em vez de o ver correr à minha frente... Este arrepio que me percorre as costas por não poder agarrar o que não se vê. O que não é palpável. Apenas imaginável. Quero tempo! Quero ver! Quero absorver as pessoas. Hoje, não quero conclusões. Quero apenas factos. Observar os actos. A metade da velocidade. Analisar como se mexem. Como andam. Acima de tudo, como olham. Para onde olham. E como tocam, com o olhar.

O toque com o olhar é diferente. Indigente. Toco sem ver, para sentir. O toque com o olhar é para confirmar. É para enganar, quem se toca, que não se quer tocar.

Rewind... toco de novo para eu ver. Os pelos de quem toca e se sentem nos dedos de quem é tocado. Vi o sorriso atravessar o olhar do toque. E, sem se aperceber, cheira o toque, para confirmar: existiu.

Pause.

Consigo ficar assim, de fora, a imaginar as sensações e emoções e diversões. Só pelo prazer de observar o jogo. De fora. Com num filme. Como numa tela. Mas mesmo aqui ao lado. Aqui dentro. Tão perto...

Stop.

2 comentários:

I disse...

Ai, os filmes realizados dentro e fora nós...

CarMG disse...

Não são brincadeira não...
Há uns que demoram eternidades a acabar...
Ai...