15 de abril de 2010

"A stranger in me"

Nunca conhecemos verdadeiramente ninguém, pois não? Em modo afirmativo e não retórico: nunca conhecemos verdadeiramente ninguém. O próprio ninguém pressupõe o nada e do nada, nada se conhece. Muito menos do alguém que, transformado em ninguém se camufla no agente passivo, no elemento que cruz e passa. Invisível. Irreconhecível. O nada que de nós sabemos. Que dos outros pensamos. Que de nós idealizamos. E dos restantes... imaginamos. O conhecimento do que queremos. Ninguém. Alguém. Nós. Todos e nenhuns. Encaixados na mesma roldana. No mesmo movimento circular e industrial. Universal de tão indigente. Mãos com pés. Cabeça com pernas. Corpo... ao ar. Um uníssono. Transfunde a pele e a cor. Hemodialisa o ser. Depura o Eu e o Tu. Sobra o Ele e Ela. Os Os e as As emoldurados num tríptico social. Visual. Informal. Rega a tela com água e resta o esqueleto. Está lá o pano. Não é engano. É visível. Perecível. Enfia a cabeça na fotocopiadora e distribui as cópias. Umas com bigode. Outras com baton. Passa... as mãos nos pés. Na cabeça. Nas pernas. Passa-as. Passa-te. Invisível. Irreconhecível.

3 comentários:

Luís B. disse...

There's more to everyone than what meets the eye... e "less" tb, suponho eu...

I disse...

O enigma do eu que somos e do eu que os outros vêem!

CarMG disse...

e do eu que vai mudando com o tempo, com as pessoas.
do eu que se adapta...
more or less segundo quem vê, ou olha, ou sente ;)