16 de abril de 2010

Porque hiperbolizam sempre.... de noite

Cheira de novo a terra molhada. Aquele cheiro das primeiras chuvas. Intenso. Denso. Envolvente. Daquelas que já sentimos saudades de não chover há tanto, tanto tempo. Em tempos. De noite cheira mais, não te parece? É a hiperbolização nocturna. A exponenciação dos cheiros. Dos vultos. Das sombras. Dos desejos. Dos medos... Tudo à noite se escreve com letra maiúscula. Noite, palavra esdrúxula que tudo abrange. Pelo que cobre. Que tudo empardece. Pelo que esconde. Onde? Nas esquinas. Nos cantos. Nos recantos. Nos sonhos e encantos. Nos lençóis... Por dentro. E lá fora? Embora escuro, clareia. É a luz do silêncio. A clarividência do sossego. Paz e pausa................................................................................................................................................................... Ouve. Ouve a noite à tua volta. Silenciosa e viva. Ouve....................................................................... Vê como te está próxima. Aproxima-te. Sente..................................................................... Sente a noite. Ouve o bater do coração. A pulsatividade do negrume e das luzes. Pirilampos. São como pirilampos. Cheira a chuva ritmada. A terra molhada. Deixa-a escorrer.............................................................
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. . . . . . . . . . . . . . porque a noite cheira a ti.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bem..estou perdida neste texto!
amei de paixão
es linda C, cada dia gosto mais de ti*

I disse...

A noite apura os sentidos...

CarMG disse...

...perdida na noite, nas noites... com todos os sentidos apurados!!!
...porque tudo é diferente, começando pela cor...