15 de fevereiro de 2010

Lá, onde nos deixamos

Sempre que nos damos, deixamo-nos, lá… Não num todo. Nunca o todo. Partes. Partes de nós que damos, que transitamos para outros e que não reavemos. Partes de nós que se soltam e navegam para outras mãos. Para outros corpos. Para outras cabeças. Nós, que em partes soltas e únicas nos multiplicamos nos afectos que distribuímos. Nos dividimos nas palavras que dizemos. Nos subtraímos nas decisões que adiamos. Ou adimos? Nós…

Lá, onde por vezes nos deixamos, quando nos damos… onde o sangue ferve ou onde a mente vai e voa… Lá, onde sonhamos, onde somos, onde gritamos, onde cantamos, onde somos nada. Mas ficamos… Não num todo. Nunca o todo. Porque as partes, as soltas, dispersas, não voltam. Já não nos pertencem. Pertencem a outros. O pouco que damos e deixamos, de nós. Nós. Aos poucos. Nós. Aos outros. Nós. Dispersos… sempre que nos damos.

7 comentários:

Anónimo disse...

lá,

CarMG disse...

, onde nos damos

Anónimo disse...

Não quero dar-me. Não quero os pedaços que lá deixei, onde não voltam, já não me pertecem. Não os quero, nem colados com fita cola.
Deixo-os lá, no síto...onde sonhei, cantei, vivi e me perdi.

CarMG disse...

e é lá que têm sempre que ficar, nunca voltariam a ser teus de novo porque és diferente a cada minuto que passa!
e a razão que te levou a dares-te e a deixares-te em tempos, num tempo, não serão jamais as mesmas.
tudo tem o seu tempo, até os pedaços soltos, que damos e deixamos.
pedaços mais temos para perder por aí, daqui em diante :)
pedaços mais pedem para ser recolhidos, agora e doravante :)

Anónimo disse...

Sêlo no maçã 4 u*

Luís B. disse...

E aqui estou eu! Prevísivel, não?... e o q passou já não volta mais. Não compreender isto é meio caminho andado p a infelicidade. Mais q meio.

CarMG disse...

Será que isso é o que se chama "não aprender com os erros"?
Mas que meio.