8 de fevereiro de 2010

Dança das sombras Indonésias

Como se fugida do nosso pensamento, a sombra. A tinta-da-china rendilhada à nossa volta, numa dança hindu, picotada a pincel de crina, do mais puro sangue lusitano. Cópia abstracta do original, que delimita o contorno visível e destapado do que é permitido ver. Que a contra luz finge reproduzir, num esboço primário e superficial, como o são as impressões. Digital sem tocar, porque foge. A sombra. À nossa volta. Mais rápida que o movimento, que acompanha. Mais rápida que o pensamento, que precede. Mais rápida que a vontade, que já lá está. Num ritual de vestes birmanesas, ao contrário do seu colorido de patchwork, o antónimo, a preto e branco, escuro, como o indecifrável. Como o irreproduzível. As sombras. No seu território contornam os limites e as margens e as barreiras e assombram e assolam e assassinam a sensibilidade de quem apenas vê o que a sobriedade da razão permite, como numa dança de sombras Indonésias: o que não lá está. Eu estive... lá.

3 comentários:

dona-peppers disse...

Mt Bonito!

Anónimo disse...

P E R F E I T O

CarMG disse...

O B R I G A D A , às duas :)