7 de outubro de 2010

Nada... simplesmente

Nadar numa piscina a meio da noite. Na piscina. Naquela. Especificamente. Não é a imagem que se lhe cola ao pensamento. É a sensação. É a água pelo corpo. Esguia. Fria. É a ondulação lenta e ritmada das braçadas sequenciais. O serpentear do ruído marítimo. Os declives. As inclinações. Os socalcos formados pelos altos e baixos de si e do resto. A geografia ergonómica em que se acoplavam. Ela. A água. A vida.
Suster a respiração e seguir. Avançar de braços rectos e cortar o momento. Furar o caminho. Não respirar. Um, dois, três, quatro... doze, treze segundos. Seguidos. E chegar. Tocar com a mão para marcar o momento e com a mão continuar a escavar. Sem respirar.
Abrir os olhos e ver as estrelas. Olhar à volta e tudo luzir. A noite clara feito dia. São as lamparinas das mil e uma noites. Mil e uma lamparinas numa noite mais fria que gelo. Mais fria que a água. Envolta em slofane de cloro. Azul-transparente. Azul-sem-cor. Neutro. Os olhos obnibulados após cada pestanejo. Sem respirar. Um, dois, três, quatro. Pestanejo... doze, treze segundos. Seguidos. Pestanejo... vinte e oito, vinte nove... Não respira. Nada. Flutua. É um nenúfar na sua piscina. Nenúfar azul-noite. Azul-sonho. Nada... numa piscina a meio da noite. Especificamente.

6 de outubro de 2010

"Lá vai ela, formosa e segura..."

5 de outubro de 2010

Expiação

s. f. acto ou efeito de expiar; cumprimento de pena ou castigo; penitência; pl. preces para aplacar a cólera celeste; (Lat. expiatione)

Expiação